O vereador do CDS-PP na Câmara de Lisboa, Miguel Anacoreta Correia, defendeu hoje uma solução de consenso entre os partidos em torno dos principais assuntos da cidade, um cenário que considera preferível à convocação de eleições intercalares.
Anacoreta Correia apelou ao PSD para se pronunciar sobre a situação do executivo da Câmara de Lisboa, depois de o presidente, independente eleito pelos sociais-democratas, ter sido notificado para ser ouvido como arguido pelo Ministério Público no caso Bragaparques.
"Uma situação de consenso entre os partidos em torno dos grandes eixos da cidade seria uma solução que garantiria o funcionamento a dois anos", até às próximas eleições autárquicas, defendeu o vereador democrata-cristão.
Anacoreta Correia sublinhou que esta é a sua posição pessoal, ainda não concertada com a direcção do CDS-PP.
Para o autarca, a solução de um consenso entre todos os partidos seria a que "melhor respeitaria os interesses da cidade de Lisboa".
Anacoreta Correia recupera assim a ideia avançada pelo CDS quando, em Janeiro, a ex-vereadora do Urbanismo, Gabriela Seara, foi constituída arguida no processo Bragaparques, o que levou à suspensão do mandato por oito meses.
A contenção da despesa e a racionalização do pessoal são alguns destes "eixos" que, defendeu o vereador democrata-cristão, que devem passar por uma "gestão em tempos de crise".
"Efectivamente, as eleições intercalares poderiam ser um elemento clarificador, mas chamo a atenção que a Assembleia Municipal tem uma maioria absoluta do PSD", afirmou.
Segundo o autarca, "poderia estar-se a substituir a erosão do executivo da câmara por um conflito institucional entre a câmara e a Assembleia Municipal", caso a maioria que resultasse dessas eleições fosse de uma cor política diferente do PSD.
O vereador sublinhou que as eleições intercalares seriam "um cenário simplista mas não simplificador".
Anacoreta Correia manifestou ainda a sua "solidariedade pessoal" ao presidente da câmara e recordou a "grande amizade" que o liga a Carmona Rodrigues.
ACL.